Vertente de água, um matinho nos fundo Casebre por fundo, que os oitões caíram, Parece mentira, meu primeiro lar, Volto a visitar, o meu peito suspira Foi lá que mamãe entregou a papai, Um amor sonhado que tanto esperava Por isso essa dor do peito não sai, Ao ver a tapera que os velhos moravam Naquele matinho na costa da sanga Eu comia pitanga e armava arapuca Ali se escondia nosso boi de canga Mugir no arado ferrão de mutuca A fonte de água parou de correr Chorei por não ver os meus pés de fruteira O coqueiro alto que eu comia coco Ainda vi o toco da guaviroveira Mangueira redonda de vara e tronqueira, Cancha de carreira, que o brejo tapou A aranha velha de busca parteira, Os pés de fruteira que a terra criou A ramada grande que o papai mateava Os pés de roseira que mamãe plantou A horta de couve que eu tanto cuidava E o forno de barro feitio do vovô Me fui nesse trote chasqueiro do tempo Deixei muito longe minha infância pra traz Botei na garupa do meu pensamento Revendo a tapera dos meus velhos pais O que a terra cria esse tempo transforma E jamais retorna do jeito que era No mundo agitado a vida não espera Adeus meu passado, querida tapera