Desde o colégio defenderam sempre a mesma bandeira Um dia discutiram o voto na terceira saideira Cacá não é fascista nunca, nem de brincadeira Dedé nunca pegou dindim com dono de empreiteira E a discussão de bar virou brigar pra vida inteira A sexta-feira nunca mais teve cerveja e canha Sábado à tarde a churrasqueira não assou picanha Não se ligaram nem no 7 a 1 para a Alemanha Nas eleições a internet virou guerra de trincheira Com munição pesada de palavras duras e rasteiras Cacá não tem pavor que o pobre voe com a família Dedé nunca foi conivente com qualquer quadrilha E a discussão na rede virou rinha de matilha A quinta-feira nunca mais teve bola e batuque Miou a coisa de sair para dançar o zook Quem é Cacá, bloqueou? Quem é Dé no Facebook? O tempo em vez de serenar só fez foi acirrar a marra Rolou tanta pancadaria que a marra talvez nem morra Dedé não sabe o que cantar quando pega a guitarra Cacá só sabe reclamar e soltar as cachorra E a turma foi perdendo o pique de fazer uma farra O vinho foi perdendo o corpo e virando uma borra A coisa foi perdendo o prumo e virando uma barra Rachou a turma e esse racha acabou nessa porra