Eu sei que o Tejo não é o rio Que corre pela minha aldeia Mas por quê não almejar o que está longe Ou parece distante? Fazer rimas com consoante Por quê amar o verão e o inverno Se assim se esquece o outono e a primavera? Existe inverno no outono E verão na primavera dos dentes Que longe sorri Nas poucas vogais aqui Que vendo o frívolo infante Se fascina e desatina a cantar Aquela menina Surrealismo no olhar E meias mordidas Desafinam as guitarras dali Veio o presente num telefonema Eu sempre achei ali um problema O coração palpita em correria, a positiva entalpia Alegria, eu diria Que inquietação não é nada e é tudo Que sinto em meu peito Mas não sei porque A rouca voz do outro lado da linha Interrompe Almodóvar em minha TV Corre do que vem Mas não há o que buscar Nessas trouxas daqui Ou nas bandas de lá Bata na janela de minha alma Me amedronte, afronte a fonte Dessa indiferença Pegue o carro e saia festejar A solidão do coração Vazio está, mal sabe o que há Das cinzas volta a fênix Sempre a comemorar a renascença Corre do que vem Mas não há o que buscar Nessas trouxas daqui Ou nas bandas de lá Bata na janela de minha alma Me amedronte, afronte a fonte Dessa indiferença Pegue o carro e saia festejar A solidão do coração Vazio está, mal sabe o que há Das cinzas volta a fênix Sempre a comemorar a renascença Sem nenhuma desavença