Vem que eu te farei um pescador de homens Se perseverares serás Cefas, Pedra E onde a agonia do vazio medra Frutificarás a mitigar a fome. Quero ir contigo mas receio as águas Temo afundar enquanto vais andando Se no Horto já pressentes tuas chagas Eu, Tiago e João ao chão, em sono Como não bastasse, eis-me a ferir Um soldado que te traz voz de prisão Sou pequena ovelha, atemorizada balindo negação Volvo à vida e tomo pela tua mão Crê, te levarei aonde não queiras ir Pedro, tu me amas? Pedro, tu me amas? Pedro, tu me amas? E tu que és a rocha constrói a minha casa no coração do irmão Ouve, Simão Pedro, morrerás em cruz Não, eu não mereço essa distinção Se depois do Mestre, martírios são troféus E as mãos que Ele tocou, os pés que Ele lavou Apontarão os céus