Sonhei que despertei E me dei conta que acordei noutro país Onde as pessoas tinham balas de fuzis E o povo andava sem razão pra ser feliz Era um país fora da lei, sem diretriz Embarcação sem direção, tentando em vão Colher a paz plantando a guerra Confesso que senti Muita saudade do lugar onde aprendi A caminhar com as pernas tortas de Mané E respeitar que cada um tem sua fé A me encantar com a negra voz de Mãe Quelé E pelas doces mãos de Cosme e Damião Levar Jesus ao Candomblé Nesse sonho ruim que eu me via Nem a poesia falava por nós Tantos versos sem ter melodia Canção não havia ninguém tinha voz E pisando meus pés nos espinhos Cantava baixinho Nelson Cavaquinho O Sol vai brilhar outra vez Tirando a dor do caminho Agora eu já não sei Se foi quimera ou foi real o que sonhei Se ainda estou noutro lugar ou se voltei À velha pátria, mãe gentil onde eu nasci Ou se ela, enfim, se transformou no que tá aí Ando com medo de acordar nesse Brasil Do sonho estranho que eu vivi Nesse sonho ruim que eu me via Nem a poesia falava por nós Tantos versos sem ter melodia Canção não havia ninguém tinha voz E pisando meus pés nos espinhos Cantava baixinho Nelson Cavaquinho O Sol vai brilhar outra vez Tirando a dor do caminho Agora eu já não sei Se foi quimera ou foi real o que sonhei Se ainda estou noutro lugar ou se voltei À velha pátria, mãe gentil onde eu nasci Ou se ela, enfim, se transformou no que tá aí Ando com medo de acordar nesse Brasil Do sonho estranho que eu vivi Ando com medo de acordar nesse Brasil Do sonho estranho que eu vivi Ando com medo de acordar nesse Brasil Do sonho estranho que eu vivi Brasil, Brasil, Brasil