Maria Graça era toda bondade Nela vivia a mais pura verdade Feita de sonhos e ingenuidade Menina e moça de boa vontade Mal sabia a sua sina Era tão boa menina Feliz no dia em que casou Pois nunca imaginou Que ali morria a vida que sonhou De Maria Graça mulher sofrida A cara batida e a marca escondida Corpo encolhido no grito do medo Pobre coitada sofria calada Avisou, tentou fugir Quem havia de acudir Num país de homens há que consentir Pobre, Maria Graça, vista um dia na praça Tentou esconder, ninguém queria ver Ela era a própria desgraça Morreu espancada ao chegar a casa