Salve Dona Luzia! Muito obrigado mãe! Por ter gerado e salvado a minha vida Só luta, sem armas, sem teto, sem terra Na guerra, que cala e enterra Quando mulher preta erra Ela é uma Fera Tomou o controle do teu ventre livre! Em Wakanda, na umbanda Sem live, só love Sua prole é aquilo que ainda te move Preta guerreira disse que eu devo e mereço sonhar Voei, e voo alto enquanto enxergo teus olhos brilhar Te digo Se não fosse por ela Era certeza de mico na tela! Sem dinheiro, carro alugado Em outro trap mentindo Com simulacro Fazendo feio mais um cosplay de bandido Por outro lado Se não fosse por ela Era mochila, lotada de droga Com cara amarrada em outra cela lotada! Com advogado pilantra deixando desamparada Seis prometeram e não cumpriram Ela buscou sozinha Furou a bolha do machismo Ela provou que tinha Mente forte, corpo são Ela venceu pela força do coração Uma negra três crianças nos braços Guerrilheira na floresta de concreto e aço Abelha rainha De um pequeno império Desbrava a terra buscando ouro e minério Sério! Meus planos, tuas regras Se vai pra rua tem que levar blusa Se vai pra luta Tem que levar guarda chuva Manda quem pode Obedece quem tem juízo Riso, pouco presente Mas me sinto agradecido Vivo me encontro Matando uns monstros só pra te dar orgulho Poesia acordar 6 da matina com outra mensagem: "Se cuida na rua, policia mata!" Cuidado com as tatuagens Gracias madre! Por ter inspirado não buscar o fal Gracias madre! Sou grato a cada madrugada Acordada em hospital! Gracias madre! Por toda graça alcançada Por cada peso de fardo que carregava Faxina, unha, corte e costura (hã) Exemplo dado na selva da vida dura Ilumina minha trilha Matriarca! Exemplo eterno pra nossa matilha Milhas e milhas em outras ilhas Suas filhas se tornam rainhas Cada castelo, em cada mistério A resistência contorce e transforma o ferro Três elos, nove netos, um bisneto Formam a corrente De toda fonte de bondade que ela dedicou pra gente É quente! Tantos copos de veneno na rua me ofereceram Com ela no topo da quadrilha Nunca me alcançaram e nem me corromperam Assumo! Uma pá de vez troquei tua voz Pela a de algum amigo Pelo caminho Deu Pra entender com tua partida O quanto eu estava falando sozinho Só prometa que nunca Vai desistir de mim Tem uma pá de hiena Rodeando e querendo meu fim Tim tim Um brinde pra tua história como de costume Sublime Só com três cenas da tua vida já daria um filme Um Oscar, mansão com limousine Nada vale o tanto Que você suava em campo Sem se perder no pranto Se dedicava um tanto Bate cabeça ao santo Mãe Corinthiana nata! Sem química ou gramática No fundo de uma fábrica Ela aprendeu na prática Que o amor vem da saudade Jamais se guarda em banco Tem lógica ou comando Abraçada com louco Do mertiolate é o sopro Encontrado nas mágoas Nas dores das diásporas Vivência não suprida Do barco o remo é vida, numa rua sem saída Brilhante não quebrado Aceita o falho e o fardo Recicla mais que Plastico É amarelo, preto ou branco Dedicação é um manto Um dia ainda te encontro Te amo enquanto eu canto Te encontro enquanto eu canto Te encontro no meu pranto Te amo enquanto eu canto Te encanto enquanto canto Gracias madre! Por ter inspirado não buscar o fal Gracias madre! Sou grato a cada madrugada Acordada em hospital! Gracias madre! Por toda graça alcançada Por cada peso de fardo que carregava Faxina, unha, corte e costura (hã) Exemplo dado na selva da vida dura Ilumina minha trilha Matriarca! Exemplo eterno pra nossa matilha Gracias madre! Por ter inspirado não buscar o fal Gracias madre! Sou grato a cada madrugada Acordada em hospital! Gracias madre! Por toda graça alcançada Por cada peso de fardo que carregava Faxina, unha, corte e costura (hã) Exemplo dado na selva da vida dura Ilumina minha trilha