Se os versos sobrevivem aos poetas E às almas que os gritaram como loucas Porque é que nas paixões, por mais secretas Os beijos não sobrevivem às bocas? Os beijos são os versos que os amantes Recitam, quando as noites são eternas Palavras sem vogais nem consoantes Que escorrem no suor das nossas pernas Vou ser poeta, sim! oh minha musa Poeta do silêncio e do desejo E se a eternidade nos recusa Serei eterno em ti, em cada beijo Não quero mais canções! quero os teus lábios Abertos para os meus, com tal magia Que os nossos corações ficam mais sábios E os beijos sobrevivem à poesia