Eu tenho a taça, mas não o vinho Eu tenho a pedra, não o caminho Eu tenho a vela, mas não há vento Tenho martelo, não tenho tempo Eu tenho os pés, mas não os passos Tenho um piano, não tenho espaço Tenho a sujeira, mas não a bucha Tenho a fogueira, me faltam as bruxas Não é que eu me lastime Mas não há como negar Essa vida em terra Firme Ainda há de me matar Não é que eu me lastime Mas não há como negar Essa vida em terra firme Ainda há de me matar Eu tenho o lápis, não a idéia Eu tenho uma ato, mas sem platéia Eu tenho a água, mas não a sede Eu tenho o quadro, não a parede Eu tenho as peças, mas não o jogo Tenho o cigarro, mas não o fogo Eu tenho a pedra, não o caminho Não tenho a dor, só os espinhos Não é que eu me lastime Mas não há como negar Essa vida em terra firme Ainda há de me matar Não é que eu me lastime Mas não há como negar Essa vida em terra firme Ainda há de me matar