Nasceu da miséia E se sente o cheiro daí Se encheu de cachaça e saiu por ai Não trabalha mas também não explora Não compreender multidões contando horas Na praça demonstra a sua fé Vabando satisfeito E é movido com os pés Olhando pro sol Olhando pra chuva Enlouquecendo no meio da rua Zé não precisa tomar banho pra se manter limpo Zé nunca foi latifundiário Zé nunca foi patrão Zé nunca foi nenhum tipo de ladrão Sob o manto negro da noite Deitado no banco da praça Zombando das estrelas Que insistem em ficar acesas Um dia Zé simplesmente Cansou-se de resistir E agora jas um corpo Despedaçado na linha do trem Um corpo de um cara qualquer Um corpo de um Zé ninguém Esta é a história de Zé ninguém Na porta dos bares À cama de cimento Zé ninguém não é escremento