Em Beluno chapéus e gravatas Sonham com saias embaixo do chão Se perderam na viagem E abrem passagem para a estação Onde embarca o cão que regressa? E em que trem que entra o rei Que perdeu a coroa na festa? Nenhum tem trocado pra nota de cem Todo dia anoitece em Porto Alegre Meus tênis me perdoem Eu vou embora daqui Os garçons envenenaram a mesa E esse copo que nunca foi meu Rapaz, essa vida é azeda Rasgou minha seda Eu não tenho pra onde ir Tragam-me os restos dos meus dentes E o que sobrar de ti Que eu preciso roer os teus ossos Para poder dormir Mas se a noite for noite de lua Vou seguir as migalhas de pão Que é um pecado viver nesse estado Não diz no contrato Não tem solução