Meu coração transborda, anseio em ter, ser e fazer E o que me falta? É algo que está dentro de mim? O que preciso para ter leve fardo enfim? Quantos de nós já sentiram o mesmo Um desejo, uma obsessão Gosto amargo do fracasso Até o momento tudo foi em vão Olhos no espelho, insatisfação Mais uma folha, fim de outra linha Tudo em vão, tudo em vão Será que devo parar de lutar Contra o que parece que não irá mudar Contra eu mesmo Contra as palavras que trago no peito O que devo fazer? Você sempre deixou de alcançar Se reprovava Você se manteve preso, a esperar Cercado de intenções vazias enganadas Superior Eu sei posso ser mas o que leva a crer (em um) Potencial Disponível, oculto e perdido Enquanto a história não sair do papel Palavras serão sempre apenas palavras Sentenças ocas preenchendo a ilusão São partes de uma história não fundamentada E nesse plano há um ponteiro Que segue girando e dificultando o reparo do rumo Pois sentado o destino seguro te leva a lugar nenhum Será que devo parar de lutar Contra o que parece que não irá mudar Contra eu mesmo Contra as palavras que trago no peito O que devo fazer? Do que somos... Do que somos feitos? Sua voz me perfura Consumindo o sonho e apagando o desejo Não suporto essa angústia Não consigo fugir do seu rosto no espelho