Que saudade, que saudade Do meu tempo de criança Chapeuzinho de barbela Cabelinho ainda de trança Candeeiro do meu pai Na lida de carro ou de boi Que saudade, que saudade Desse tempo que se foi Candeeiro, candeeiro Candeeiro do sertão Vai gritando pra boiada Cheio de satisfação Eu chamava os boi de guia De Bargado e de Solidão E meu pai lá da traseira Chocalhava as argola da vara de ferrão O carro cantando bonito Deixava dois risco' no chão A boiada arrastando' os pés Fazia um poeirão ♪ À tardinha, de volta No terreiro da fazenda Mamãe me esperava Com o seu vestido de renda Eu chegava bem cansado Mas com a ajuda de um peão Descancava a boiada E guardava o meu ferrão Candeeiro, candeeiro Candeeiro do sertão Camisa aberta no peito E na cinta o meu facão Muitas lagrimas derramei Escrevendo esta canção Com saudade da boiada E do meu lindo sertão Do meu tempo de candeeiro, cortando estradão Pisando areia quente, areia quente do chão Areia quente, quente do chão Vem Bargado e vem Solidão Vem Bargado e vem Solidão