Quando um velho pescador E um bote foi alcançando Aquele vulto esquisito Rio abaixo ia rodando E uma linda criancinha Dentro de um berço chorando Junto dela ia uma carta Com clareza explicando Que era filha enjeitada Por dois coração tirano O velho pegou a criança Pro seu rancho ele levou E as roupinhas molhadas No fogo ele enxugou No pescoço da menina Uma medalha encontrou Estava escrito Maria Contente o velho falou Vou criar esta inocente Sozinho no mundo eu sou Maria ficou mocinha Mimosa flor em botão Era a cabocla mais linda Dali daquele sertão Certo dia um fazendeiro Por ela sentiu paixão Confessando seu amor Veio lhe pedir a mão Embora fosse mais velho Ele teve a permissão Na véspera do casamento Maria lhe confessou Sou uma filha sem pai Minha mãe me enjeitou Quando ela mostrou a medalha Seu noivo inté' amarelou Foi saindo meio tonto E uma cadeira sentou Com o choque da notícia Seu coração não aguentou As derradeiras palavras Na hora que ele morreu Esta medalha Maria Foi eu mesmo quem te deu O seu pai sem coração Tá provado que sou eu Este golpe traiçoeiro Que o meu peito a recebeu É a força do destino Que foi enviada por Deus