A saudade aliou-se à lembrança Me trouxe a infância que longe deixei E saudoso do jogo de bola Na porta da escola aonde estudei Na estrada cheia de poeira A velha porteira abri e passei Mesmo sendo num dia de frio Nas águas do rio, feliz, me banhei ♪ Ao fazer a curva da pedreira Depois da porteira vi o casarão Bem perfeita e bem conservada Estava a escada em pedra-sabão Muitas coisas ali recordei Assim que entrei no velho porão Vi uma aranha fugindo assustada Buscando a morada no piso do chão ♪ Fui lavar o meu rosto na bica Que bem perto fica dos pés de bambus Suas moitas imensas e lindas Abrigam ainda centenas de anus A curruíra trazendo cisquinho Fazia seu ninho no velho paiol E da queda da cachoeira Formava arco-íris nas tardes de sol ♪ Nossa vida é um túnel extenso Começa imenso e estreita a saída O destino é moleque travesso A sina, às vezes, se torna bandida Eu confesso, voltei magoado Mexer no passado me abriu a ferida A distância aliou à saudade Roubou por maldade a ilusão de uma vida