Alembro e tenho saudade oi, ai, ai Ai do tempo de boiadeiro Me criei sem pai numa vida apertada Eu criei na fazenda da tia Geralda Levantava cedo bem de madrugada Cheguei a ficar com a munheca inchada Só de tirar leite e amarrar a bezerrada Titia gritava com seus camaradas ♪ Comprei uma mula baia encerada Cabeça pequena oreia' entesourada Um mais um sinal de canela-rajada Por ser mula esperta chamava dourada Laço de dez braças e apa reforçada Entrei na comitiva, fui tirar boiada ♪ Lá em Mato Grosso com a cuia abanada Eu fazia o capricho em toda arribada Eu nunca deixei tês rês esguaretadas Escapou uma mestiça do meio da peonada Joguei meu cipó na vaquinha brava Mesticinha arisca berrou na emboscada ♪ Remordia capataz oi, ai, ai Tomei conta da peonada ♪ No rio Vacaria a água repontava Joguei o gado n'água, rodou a vacada Entrei pra tirar na minha besta arreada Saí doutra banda com a roupa moiada' Eu tirei o gado, encostei na beirada Recebi abraço, entreguei a boiada