Já foi no morrer do dia Quando eu vi, com alegria Dois canarinho gorjeá Com bicada de ternura O casá trocava jura De eternamente se amá De repente, da gaiada Aonde tava posada As avezinha do amô Surgiu um gavião marvado Passando o bico encurvado Na canarinha e levô O canarinho, coitado Avuô desesperado Perseguindo o marfeitô Despois mais, veio vortando Muito triste soluçando Num gorjeá cheio de dô Dos óio do canarinho Eu vi moiado os cantinho De chorá pelo seu bem Uma dor foi me apertando E meus óio foi piscando Sem querê chorei também Chorei pois tive saudade Daquela felicidade Que o destino me roubou O meu viver solitário É tal e quar deste canário Que perdeu o seu amô