Eu tive um cavalo ruço Que se chamava gingão Eu tive um cavalo ruço Que se chamava gingão De uma capona bravia Que eu queria, sentia Como um bom irmão Era o cavalo mais lindo Que nasceu no Ribatejo E eu nunca tive outro assim Tão manso que enfim Ainda o desejo Saltava que era um primor Tudo fazia com graça Saltava que era um primor Tudo fazia com graça Era bom a tourear A derribar sem vacilar No campo ou na praça Corria lebres com gosto E nenhum galga o passava Quando o viam a correr Com prazer sem sofrer A todos pasmava A brincar lá na Lezíria O iam admirar A brincar lá na Lezíria O iam admirar 'Inda parece que o vejo À beira do Tejo A correr e a saltar Foi um toiro que o matou Num dia de infelicidade E eu nunca mais montei Nem sei se o farei Tal é a saudade Foi um toiro... que o matou Num dia de infelicidade E eu nunca mais montei Nem sei se o farei Tal é a saudade