Chinelas da Mouraria, não há vida como a delas Baquetas em harmonia, tamborilando as vielas Felizes ou malfadas, podem ser pela vida fora Porque elas marcam, coitadas, Os passos que uma mulher dá na vida hora a hora Vão atrás... da procissão, Tem o rufar dos tambores, solenes pelo o caminho Sentem que ao pisar o chão, pisam as humildes flores De alfazema e rosmaninho. E é vê-las nos bailaricos, estalilhos de Santo António, Não fazem mais algazarra. São como dois mafarricos, nos pézinhos do Demónio, Que no Amor se desgarrra. Conta-se que certa vez, numa castiça toirada Uma chinela atirada, feriu a cara do marquês Desde então, desde essa era, Ou verdade ou fantasia, A chinela da Severa entrou na história do Fado... No fado da Mouraria... E vão atrás... da procissão, Tem o rufar dos tambores, solenes pelo o caminho Sentem que ao pisar o chão, pisam as humildes flores De alfazema e rosmaninho. E vê-las nos bailaricos, estalilhos de Santo António, Não fazem mais algazarra. São como dois mafarricos nos pézinhos do Demónio, Que no Amor se desgarrra. E é vê-las... nos bailaricos, estalilhos de Santo António, Não fazem mais algazarra. São como dois mafarricos nos pézinhos do Demónio, Que no Amor se desgarrra.