É terça, quatro da tarde E ele balança na rede É terça, quatro da tarde De vez em quando boceja É terça, quatro da tarde E ele balança na rede É terça, quatro da tarde De vez em quando boceja Não sente culpa nem pena De ameaçar o sistema Com granadas de preguiça E uns trocados de alegria Seu cochilo é um manifesto Que jamais vai ser impresso Quando ronca deixa claro Que essa história de trabalho É coisa de quem não tem Mais nada o que não fazer É terça, quatro da tarde E ele balança na rede É terça, quatro da tarde De vez em quando boceja É terça, quatro da tarde E ele balança na rede É terça, quatro da tarde De vez em quando Com fúria de terrorista Vira pro lado e cochila Chegou a revolução Olha o livro largado no chão Macunaíma, o herói Sem nenhum caráter, dorme Coberto de preguiça Sobre as vísceras de vidro De um celular despedaçado É terça, quatro da tarde Alerta aos donos do mundo Preparem lanças e escudos Nem imaginam o perigo Desse feroz preguicista Não precisa ter planos Nem esperar o momento Nem preparar passeatas Nem liderar movimentos Não precisa fazer nada Não precisa fazer nada Não precisa, não precisa Nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada, nada É terça, quatro da tarde E ele balança na rede É terça, quatro da tarde De vez em quando Preguiça ninguém discute É a sua maior virtude Preguiça ninguém discute É a sua maior virtude Ai, que preguiça!