Os melros ainda pousam nos beirais E as roupas ainda bailam nos estendais E enquanto o manjerico não murchar A esperança a cada dia há de voltar O sol ainda nasce na colina E a Laura ainda namora o Zé da esquina Enquanto este castelo não cair A esperança é sempre a última a sair Canta com a cidade Enquanto ainda conta cantar Com a cidade A esperança ainda conta O tempo corre ao ritmo dos jornais Ficam-se as saudades pelos postais Os dias passam como um vendaval E a esperança sempre ali de pedra e cal As fábricas, os melros e as varinas As sirenes e as buzinas Cantam seus louvores para não esquecer Que a esperança é sempre a última a morrer Canta com a cidade Enquanto ainda conta cantar Com a cidade A esperança ainda conta Canta com a cidade Enquanto ainda conta cantar Com a cidade A esperança ainda vai contar