Letra: José Fialho Gouveia Às vezes ele vai sem me dizer Põe-se a bater e a correr em desvario Um calafrio toma conta do meu ser E sem saber eu tenho a vida por um fio Às vezes faz de conta que não sente Até que mente se eu o faço confessar Põe-se a falar e diz que está muito contente Diz que é valente e que ninguém o faz chorar Às vezes dói quando ele mais aperta Mas quando acerta é tão bom que às vezes dói Às vezes dói quando ele se magoa Por mais que doa é tão bom que às vezes dói Às vezes faz papel de envergonhado Fica calado para ninguém o descobrir Põe-se a sorrir, com timidez, fica corado E baralhado tenta tudo para fugir Às vezes troca todas as certezas Faz safadezas de quem não gosta da lei Sente-se rei capaz de todas as proezas Mas tem tristezas que nem eu às vezes sei Às vezes dói quando ele mais aperta Mas quando acerta é tão bom que às vezes dói Às vezes dói quando ele se magoa Por mais que doa é tão bom que às vezes dói Às vezes dá-me cabo do juízo Tão indeciso que atordoa só de olhar Faz-me pingar amor à toa sem ter siso Diz que é preciso eu não ter medo de voar Às vezes não percebo o que ele diz E por um triz eu não arranco em contramão Faço inversão sem ter razão para o que fiz Porque eu só quis ir onde diz o coração