Deixei meus trapinhos em cima da cama Fiz tudo ligeiro Peguei maquiagem, valise e coragem Enquanto não vinhas Eu peguei o dinheiro da minha passagem Que era só de ida Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida Deixei na tua casa uma rosa vermelha E um bilhete dizendo "Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim" Nem beijei o papel, dobrei, saí No calor do momento Vou com a roupa do corpo Mesmo sem ter pra onde ir No caminho da rua sambei meia hora em cada esquina Entrei em boteco, fiz doze amigos do peit:o e da pinga Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo: "Seu moço Traz mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!" Quando a noite chegou Subi no bonde correndo Cantando e batendo com os dedos Um samba na palma da mão Eu não olho pra trás, não Não, não me arrependo Vou com a roupa do corpo Não sei bem pra onde, mas não paro não