Foram mares que atravessei Sem cais pra atracar Desertos que cruzei Sem luz pra guiar Foram mares que atravessei Sem cais pra atracar Desertos que cruzei Sem luz pra guiar Real não só quando convém chefe Manilha na mão truco sem blefe Na pista o brasão treme quem deve Com ou sem cash Me tornei ref No toque da nave percorro as artéria Estouro é respeito E insulto é miséria Motiva a fé do mundo É um abismo tão profundo Transpondo esse rio não me iludo Pra ter uma ideia carece um estudo A minha alma tem o peito de escudo Por mais que o mundo me vista de luto Me lapido a cada nascer do Sol Até que a noite cai pra fazer o cerol Ouro de tolo reluz só pra ter no anzol Quem se lamenta em si bemol Nos jardins da razão as fronteiras são movediças Onde o ego se atiça Então os valores se esvão na mão da cobiça Na mão da justiça Quem as aplica, quem as explica? Quem se define, quem se limita? Quais celas exilam sua verdade? Quais regras sufocam sua vida? Janelas na folha me trazem a brisa E mais cor pra esse cinza Lendo por extenso a cidade Meço meu passo e suor na camisa Fumaça ameniza Equilíbrio igual torre de Pisa À beira do abismo acertando a baliza O vento me avisa e revisa Foram mares que atravessei Sem cais pra atracar Desertos que cruzei Sem luz pra guiar Foram mares que atravessei Sem cais pra atracar Desertos que cruzei Sem luz pra guiar