Na imensidão de cores, dialetos e etnias A segregação impera, o campo de combate é vasto É onde eu vejo os corações e as carcaças vazias Onde o banal impera a vitória não tem espaço É a cidade onde até o ar te envenena Onde toda solução sempre gera novos problemas Lágrimas regam o piche infértil que nos foi imposto E a gente assina o contrato pra morte que nos foi proposto Pra mim é um bailado de trapaças esse jogo É assim desde que o homem aprendeu a lidar com o fogo Fome e destruição, mas eu faço parte Por aqui a sua vida vale pouco como a arte Nós trocamos as verdades por mais que sejam tristonhas Por mentiras maquiadas, ilusórias e risonhas A maldade paira sobre o céu durante o dia E se a noite cair providencie extrema unção à alegria Um passo em falso pro jogo virar Um passo errado pra uma mãe chorar Na cidade esse passo não terá perdão Um compasso pra narrar um passo dado nesse chão Um passo em falso pro jogo virar Um passo errado pra uma mãe chorar Na cidade esse passo não terá perdão Um compasso pra narrar um passo dado nesse chão Em meio a isso, a vida custa cada vez mais caro A frustração e a ganância habitam cada ser vivo Atos bondosos se tornam cada vez mais raros Entre carros e prédios, a frustração é o incentivo Pro fracasso que faz sua morada nos corações Enquanto as situações fabricam os bandidos Parece que a maldade tá vencendo as orações E o Judas em meio a isso passa despercebido Já que ninguém mais se preocupa com o futuro O presente não existe, assim como corações puros Moleque sem malícia, poço de honestidade Ouve falar das verdes, o olho exala maldade A ganância contaminou a cidade e seus arredores O vírus atingiu as entranhas dessa nação As esperanças por mudanças e por dias melhores Perderam lugar pro asfalto e pra construção Um passo em falso pro jogo virar Um passo errado pra uma mãe chorar Na cidade esse passo não terá perdão Um compasso pra narrar um passo dado nesse chão Um passo em falso pro jogo virar Um passo errado pra uma mãe chorar Na cidade esse passo não terá perdão Um compasso pra narrar um passo dado nesse chão