Sta é a altura em que tudo muda... És raptado... acorda... o massacre dura Na ambição ou na dor violinos tocam ódio Caminho até ao topo como um poeta missionário Rimo sentado em cima de um telhado cinzento Com a alma mais negra do que escravos nos velhos tempos Decapitação de mentes fracas Escrituras lapidadas com espadas afiadas Escrevos cânticos, não prego a santos, amante da lua Eu forço o pôr do sol com uma grua Grande caçador de pensamentos, poeta em fuga na procura Dou chapadas no silêncio... Protestante no meu próprio culto oculto Estou de luto pela morte do nosso futuro Prevejo um cataclismo lento O pior animal é o Homem e a Terra não nos deixa testamento Queimo livros de advocacia e política Para aquecer a minha esperança nesta vida fria Sinto o sangue por dentro da carne, já fervilha Raios de luz rasgam-me a pele com poesia A minha salvação psíquica... Reencarno em partituras, assedio com obras brutas Entre o amargo e o doce, o vazio e o escuro Fusão, o meu dogma é pontiagudo...