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Matheus de Bezerra - Samba da Saudade lyrics

Artist: Matheus de Bezerra

album: RESPIRE


Ei pessoal, Deus não permite que tenha saudade, vó
Saudade é bom (é nada), quer dizer que marcou a senhora
Saudade dói
Melhor ter saudade do que não ter saudade
A saudade do que não ter saudade por dentro
A saudade mata a gente
Ah, meu Deus, tenho muita saudade dele

Saudade, ôô, saudade
Vais matando pouco a pouco
Esse ser que sente tanta vaidade
Saudade, ôô, saudade
Todos conhecem o teu rosto
Mesmo sem ver a tua face
Vai, se perambular demais
Pode até cair, tortuoso assim
Discutir com a paz, eu já nem quero mais
Ancorar num cais de ondas sem fim
Saudade, ôô, saudade
Vais matando pouco a pouco
Esse ser que sente tanta vaidade
Saudade, ôô, saudade
Todos conhecem o teu rosto
Mesmo sem ver a tua face
Escrevi esses versos nas costas do meu violão
Pois tu és a covardia
E é dessa taquicardia que saem as cadências do meu coração
Eu sou só um Vietcongue pr'o teu peito americano
E parece ser cubano quando digo que te quero
Eu sou só um Vietcongue pr'o teu peito americano
E quando digo que te amo me parece ser cubano
A ciência social seria um beijo entre Einstein e Marx
Nada que faça sentido nessa conversa
A saudade é um prato que se come cru
Pois os peitos fazem pacto de ter pressa
Voarei atrás dessa face quando o céu clarear
Imagino os tons cor de rosa no ar
Nunca conseguiremos entender
Talvez isso seja o amor
A saudade é um belo verso
Versátil viril verbo de Deus
Vento riscado nas rasuras do céu
Idioma do fogo que a água acendeu
Sobre saudade pensei demais
Pra resposta ser a dúvida
O que há de sarar nos meus Saaras antigos
Não se conta em números irreais
A dor que me pega no colo, tem a força dos braços que seguram o espaço
Mas do que adianta saber do segredo das cachoeiras
E não querer se molhar?
Vejo que em seus olhos escorrem litros de imagem
E cada imagem que cai, nutri o museu da saudade
Flores artificiais enfeitam buquê da vida
Se arranha o céu já demonstra a burrice humana
Garis celestiais limpam as poeiras do pensamento
Leucemia nos tubos da usina
Estacionamento no coração das árvores
Pinturas rupestres no teu coração de pedra
Mas do que adianta saber do segredo das cachoeiras
E não querer se molhar?
Toneladas de lembranças espremem minha cabeça
Como se a lua despencasse e a esmagasse junta ao concreto
Explicar os traços da saudade, é como ver paraquedistas no subsolo
Surfistas nas nuvens, submarinos no céu
Janelas no chão do universo, portas no teto sideral
Zoológico de planetas
Mas do que adianta saber do segredo das cachoeiras
E não querer se molhar?
Deus sente falta por não ter o sobrenome do pai
Saudade

Saudade de não carregar uma falsa cruz
O peso das minhas costas criam cortes e calos nos pés
O verde dos teus olhos já não me seduz
Cansei de Luther King e falo no mesmo timbre de Malcom X

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