Madrugada, sexto andar Na janela ela sozinha, cigarro na mão Perde o sono ao olhar A cidade gelada e brilhante com seu clarão Mas melhora ao notar Os apartamentos acesos em comunhão Que ofuscam o luar E as estrelas que eram de cima, agora são do chão Os prédios cinzas e brancos da Avenida Maracanã Perdem todo o encanto quando fica de manhã As luzes vão se apagando com o sol a clarear O concreto cinza e branco de lá Já na sala, sem pensar Olha alto e se imagina um avião Que de cima pode olhar A vida corrida e chata do cidadão Anoitece e ela vai Pra mesma janela isolada do sexto andar Pra sem pressa mergulhar De cabeça nas luzes bonitas que emanam do chão Os prédios cinzas e brancos da Avenida Maracanã Perdem todo o encanto quando fica de manhã As luzes vão se apagando com o sol a clarear O concreto cinza e branco de lá