Um paradeiro vazio Fiquei eu, nestes invernos O chão sovado de cascos E a tristeza gotejando Pelos galhos assombrados Um paradeiro vazio Fiquei eu, quando te foste Desabitado de tudo Sem reses, gemidos, vultos Todo o silêncio do mundo Um paradeiro vazio Fiquei eu, nessa invernia Tudo que havia partiu Só os galhos hirtos de frio Sem aves, sem alegria E agora, sem paradeiro Na vastidão desolada Só rastros do que foi rês Só ares do que foi asas Terra e árvores, talvez Um alto mais à mercê Pros ventos e pros fantasmas