Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Só pedia um dia para voltar a ser criança Poder vivenciar de novo e não guardar só na lembrança Olhar no espelho e ver o rosto da inocência Se ser puto é sonhar hoje dá lugar à reticência Poder voltar a ser acordado com um beijo da minha mãe Rodeado de brinquedos e sentir-me num arem A avó a dizer miúdo já para o banho Joelho em sangue, bola no braço e o nariz com ranho Poder chorar porque caí, não porque alguém foi detido Porque perdi um brinquedo, não porque perdi um amigo Quero voltar a pedir licença pa' sair da mesa Apressar o prato para lambuzar a sobremesa Poder sentar na sala na última fila Encarar a 'stora, mas raramente a ouvi-la Nos cadernos estavam álbuns Na cabeça uma atitude reguila E nomes tatuados a corretor na mochila Ainda hoje sinto quando brinco com as palavras Que há uma criança em mim Só não brinca ao que brincava Responsabilidade, o tempo traz O tempo não volta apenas volta a vontade de voltar atrás Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava nenhum A rua tinha outro perfume Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Corríamos a cidade a pé não tínhamos carro, qualé? Todo sangue bom todo no tom todo no lamiré Passado é um rodízio de sentimentos, mané É poder subir as árvores estilo chimpanzé Sem noção do pecado, cobiça e da vergonha Tocar as campainhas para manter cara risonha Já sabia que os filhos não vinham do bico da cegonha A descoberta do mundo troquei cigarro por maconha Tão bom lembrar Don Castilhon, puto metralha Inspirado pelo cheiro da calçada Hoje trocava o castigo do trabalho pelo quarto escuro Puto vive a infância mundo de adulto é duro, eu juro Na mesma bicicleta cabiam três Em direcção ao bairro com os olhos em modo chinês Mesmo sem pelo na venta queríamos ser homenzinhos Querer cantar de galo mas ainda muito fininhos Correr atrás da suposta liberdade adulta Mas muitos por excesso de velocidade acabam a levar multa Quem me dera ser catraio, pá E voltar a fazer do recreio a minha sala de ensaio Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume ♪ Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume Mesmo sem zoom Toda a gente nos via lá na via do costume Eram tempos honestos todos, todos só por um Se um dos nossos tinha já não faltava a nenhum A rua tinha outro perfume