Boa noite ♪ Vivias no nosso tempo Num quarto andar de uma velha mansarda Que tinha junto à janela Sobre um beiral uma roseira brava Que hoje eu venho lembrar Para voltar com toda a minha alma Ao tempo em que tu dormias Sobre o meu peito e acordavas calma E a rosa que eu te dei não foi criada num jardim Por isso tinha mais significado para mim E a rosa que eu te dei era uma terna e simples flor Que fez nascer em nós um grande amor E a rosa que eu te dei não foi criada num jardim Por isso tinha mais significado para mim E a rosa que eu te dei era uma terna e simples flor Que fez nascer em nós Que fez nascer em nós Que fez nascer em nós um grande amor Vem, quero-te ver quando regresso Junto à lareira onde me aqueço E acordar sobre o teu ombro, assim Vem, vou-te contar as minhas mágoas Que eu não encontro nem palavras Para explicar o que sinto Por ti Por ti Veio à boleia lá do norte De uma cidade poluída O desemprego, o abandono Dão p'ra contar a sua vida Foi trabalhar no Cais Sodré Com fumo, vício, contrabando Os marginais e a ralé Os marinheiros frequentando E ouviu cantar no cabaret O jazz, a bossa e o calipso Dançou descalça sobre as mesas Ao ver o público submisso Bebeu do copo dos clientes O gin e a vodka que sobravam Chulou os gajos mais sabidos Vingou a vida que lhe davam Veio à boleia lá do norte De uma cidade poluída O desemprego, o abandono Dão p'ra contar a sua vida Foi trabalhar no Cais Sodré E da má vida foi cativa Foi a rainha do seu palco Sem ter orquestra privativa ♪ Foi trabalhar no Cais Sodré