Na areia, na areia Um velho a sismar Do mar, mão cheia De senhos sem par Parece ir embora Tem rugas no olhar Na vida outrora Foi homem do mar O céu salgado A faga a bater O Sol molhado Queimando o prazer Fazer a viagem Chegar e partir Ao leme a aragem Não teme o provir Inventar caravelas de velas luar Gaivotas são brasas nas asas do mar Amor marinheiro de tanto lugar Dum homem inteiro, um lobo do mar Não, não queria Remar outra vez Maré vazia Já tudo desfez Os pés pisam terra O vento amainou O mar foi guerra Que o tempo acabou Já não há caravelas de velas no ar Morreram infantes, gigantes do mar Ficaram na ideia dum velho a sismar Além na areia, um lobo, um lobo, um lobo do mar Ficaram na ideia dum velho a sismar Aquém na areia, um lobo, um lobo, um lobo sem mar