Demasiado racional para entender seja o que for Demasiado emocional para lidar com o amor Se as palavras simplificam o presuposto complicado Elas também abrem espaço Para o monstro fechado que há em nós Meu espelho não é feito de vidro trabalhado Ele é feito de vocábulo nem sempre cuidado Não é bom guardar a raiva, convém deixá-la sair Preparando o coração para aquilo que há de vir Que pai é este que está sentado na sala? Que mãe é esta que te ama e não te abraça? Que irmã é essa que te inveja e se cala? Quem é o homem que te beija e agarra? Que mãos são estas que me tocam enquanto durmo? Que rua é esta onde me perco em quanto corro? Quem são os olhos que nos espreitam no escuro? Quem é o anjo que me salva enquanto morro? Se Deus os culminasse Se a vida os levasse Se a calúnia os matasse Eu dou, tu dás, eu quero, tu és, eu sou ♪ Quem são aqueles que estão deitados na estrada Desesperados que perderam a esperança? Onde estão os que foram enganados? Onde estão os que têm a bonança? Quem são aqueles que esbanjam o que roubaram Aos que venceram e lutaram pelo povo? Quem são os outros que partiram e não voltaram? Esperam a vez para renascer de novo Se Deus os culminasse Se a vida os levasse E se a calúnia os matasse Eu dou, tu dás, eu quero, tu és, eu Se Deus os culminasse Se a vida os levasse E se a calúnia os matasse Eu dou, tu dás, eu quero, tu és, eu sou Valeu, João, hã E mano Carlão aqui de coração na mão Estamos juntos Sempre!