Vai ó sol poente Vai e não voltes Sem trazer no primeiro raio Notícias de quem se foi Numa madrugada amarga e triste Um navio de proa em riste Levou tudo o que eu guardei Na caixa escondida dos afectos No lembrar dos objectos Que enfeitavam o meu quarto Tudo perde a cor a forma o cheiro Ficaram só coisa esquecidas Da importância que tiveram Volto sempre ao rio às sextas-feiras p'ra lembrar Dias descuidados noites à toa Espero que o navio sempre queira Trazer de volta o sussurro Dos teus passos Numa rua de Lisboa