Rosalinda, se tu fores à praia Se tu fores ver o mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar ♪ A branca areia de ontem está cheinha de alcatrão As dunas de vento batidas são de plástico e carvão E cheiram mal como avenidas, vieram p'ra aqui fugidas a lama, a putrefação As aves já voam feridas e outras caem ao chão ♪ Mas na verdade Rosalinda Nas fábricas que ali vês O operário respira ainda Envenenado a desmaiar O que mais há desta aridez Pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar Mеsmo matando aquele Que morrеndo vive a trabalhar, tem cuidado Rosalinda, se tu fores à praia Se tu fores ver o mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar ♪ E em Ferrel lá p'ra Peniche Vão fazer uma central Que para alguns é nuclear Mas para muitos é mortal Os peixes hão-de vir à mão, um doente outro sem vida Não tem vida o pescador Morre o sável e o salmão, isto é civilização Assim falou um senhor (tem cuidado) Rosalinda, se tu fores à praia Se tu fores ver o mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar Cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar Em óleo sujo à beira-mar Rosalinda Em óleo sujo à beira-mar Rosalinda