Conta uma linda balada Que um rei, dum reino sem par Vendo morta a sua amada Quis o seu seio moldar E por molde, modelada Depois de gasto um tesoiro Nasceu a graça encantada Duma taça toda d'oiro E quando por ela bebia Morto por se embriagar Saudoso, triste sorria Com vontade de chorar Certa noite imaculada à luz do luar divino Deixou a corte pasmada E fez-se ao mar sem destino No mar ansiando a graça De com a morta se juntar Bebeu veneno p'la taça Atirou a taça ao mar Ao seu seio não há nada Que se possa igualar Nem a taça da balada Que jaz no fundo do mar Ao seu seio não há nada Que se possa igualar Nem a taça da balada Que jaz no fundo do mar