Fui de viela em viela Numa delas, dei com ela E quedei-me enfeitiçado... Sob a luz dum candeeiro, S'tava ali o fado inteiro, Pois toda ela era fado. Arvorei um ar gingão, Um certo ar fadistão Que qualquer homem assume. Pois confesso que aguardei Quando por ela passei O convite do costume. Em vez disso no entanto, No seu rosto só vi pranto, Só vi desgosto e descrença. Fui-me embora amargurado Era fado, mas o fado, Não é sempre o que se pensa. Ainda recordo agora A visão, que ao ir-me embora Guardei da mulher perdida. Na pena que me desgarra Só me lembra uma guitarra A chorar penas da vida.