Foi na velha Mouraria De ruas tristes, escuras Bairro antigo de mistério Que sorrindo de alegria Ou chorando desventuras Teve o fado o seu império Quando passo à Mouraria Em noite de chuva e vento Que é quando a tristeza impera Todo o meu sangue se esfria Se penso no sofrimento Do Custódio p'la Severa É que esse pobre aleijado Tendo no peito a fibra Da raça sentimental Era por ela mandado Tinha de ir beijar a mão Ao fidalgo, seu rival Dos seus lábios sensuais Um beijo voluptuoso Nunca o Custódio acolheu Por isso, ele sofreu mais Do que o próprio Vimioso Quando a Severa morreu