Iôiô tá vendo Nêga véia aqui sentada, Mas num sabe a fiarada Que ela tem pra sustentá. Eu crio eles Trabaiando o dia intêro, Remexendo os fugarêro Pros bolinho num queimá. Sô preta mina, Lá da costa da Guiné. Fui cativa, fui inté Perdição dos meu sinhô. Mas os meus fio, Que nascero brasiêro, Do mais moço inté o primêro: Todos eles são dotô. De madrugada, Eu recôio essas quitanda, Faço as rezas de Luanda, Peço aos santos que me sarve. E a fiarada, Que me deu São Benedito, Lê os verso mais bunito Do poeta Castro Arve. Iôiô tá vendo Nêga véia aqui sentada, Mas num sabe a fiarada Que ela tem pra sustentá. Eu crio eles Trabaiando o dia intêro, Remexendo os fugarêro Pros bolinho num queimá. Sô preta mina, Lá da costa da Guiné. Fui cativa, fui inté Perdição dos meu sinhô. Mas os meus fio, Que nascero brasiêro, Do mais moço inté o primêro: Todos eles são dotô.