Eu andei a vida inteira assim Cintilando em despedidas Meu buquê de sempre-vivas Ou de margaridas num eterno adeus Sensitiva, crio talismãs E não perco a alegria Canto como um passarinho E, se o ar me falta Compenso em carinho Toda feita de nuances Morro como as flores dentro de um romance Pálida, cálida, angelical Gosto de brincar, tranço de luar Mortalhas pro meu aconchego Pois morrer mais cedo é um jeito De pedir ao medo Pra me dar sossego Passa da meia-noite E eu sonhando vou decifrar O que as constelações Escrevem na escuridão Lá do balé da luz Vejo meu corpo adormecer Cansada, só volto a mim Na estrela do amanhecer Sei que vivo de morrer Por ter outra idéia na cabeça De tanto brincar com a sorte Pode ser que a morte canse e me esqueça Passa da meia-noite E eu sonhando vou decifrar O que as constelações Escrevem na escuridão Lá do balé da luz Vejo meu corpo adormecer Cansada, só volto a mim Na estrela do amanhecer Sei que vivo de morrer Por ter outra idéia na cabeça De tanto brincar com a sorte Pode ser que a morte canse e me esqueça De tanto brincar com a sorte Pode ser que a morte canse e me esqueça Eu andei a vida inteira assim