No meu lado delirante Tem sempre um anjo vadio Andando de trás pra diante Bêbado feito uma porta Proclamando aos sete ventos Que o mundo não tem saída Dizendo que não suporta essa vida No meu lado burocrata Tem sempre um pobre diabo De paletó e gravata Em pleno verão carioca Que às vezes perde a cabeça E canta choroso e terno Quero que você me aqueça nesse inverno No meu lado delinquente Tem sempre um tipo valente Que tem olhar muito louco E desafia o futuro Que ama o cheiro da rua Costuma andar na avenida No lado escuro onde a vida continua No meu lado burocrata Tem sempre um pobre diabo De paletó e gravata Em pleno verão carioca Que às vezes perde a cabeça E canta choroso e terno Quero que você me aqueça nesse inverno No meu lado delinquente Tem sempre um tipo valente Que tem olhar muito louco E desafia o futuro Que ama o cheiro da rua Costuma andar na avenida No lado escuro onde a vida continua