Tempo repousa há milênios No vale da eternidade Rumina todo o silêncio Da paragem Tempo se lança com as aves Entra na seta do vento Franqueia a pele dos ares Desde dentro Talvez sua fala Se alastre na mata Que nem um incêndio Mas entre fogo e palavra Cadê o tempo? Talvez o seu bombo Adormeça o relâmpago E rache o cristal Mas essa coisa toando Foi um trovão As velas passam da barra Os homens jogam a rede O tempo vira a jangada No sumidouro dos peixes Depois a onda devolve Um corpo quase salsugem E o tempo então se recolhe À escuridão do ataúde Talvez sua fala Se alastre na mata Que nem um incêndio Mas entre verbo e coivara Cadê o tempo? Talvez o seu bombo Adormeça o relâmpago E rache o cristal Mas essa coisa toando Foi um trovão As velas passam da barra Os homens jogam a rede O tempo vira a jangada No sumidouro dos peixes Depois a onda devolve Um corpo quase salsugem E o tempo então se recolhe À escuridão do ataúde Tempo repousa há milênios No vale da eternidade Rumina todo o silêncio Da paragem