Dos canteiros de armas acesas No céu ao redor Das bocas dos jatos que bebem A força do ar Do vai e vem miserável Das explosões das cidades Dos caminhões carregados De brinquedo e veneno Dos olhos sem rumo De quem espera que logo tudo se acabe Da festa que fazem nos escritórios Dos bichos que trepam no chão Dos longos dias No mormaço do amor Da estranheza selvagem Do coração animal Das meninas que dançam Para comprar outro corpo Dos corpos quebrados Pela fantasia militar Dos cachorros sisudos Do dinheiro sangrando Das peripécias dos donos do santo altar Do pai de toda mentira Da televisão Da putaria gostosa Dos homens mais violentos Das noites que tudo desanda Do corre-corre terrível Nas ruas sem luz Do morde e assopra do homem Que quer ver o céu Do inferno que fazem Da vida incomum Dos que escapam Das máquinas dos heróis