Quem com ferro fere
Com ferro será ferido
E quem com ferro fere
Com ferro será ferido
Era uma vez uma raposa
E era uma vez uma cegonha
Elas não eram lá muito amigas, não
Mas um dia a raposa resolveu convidar a cegonha pra jantar
Olá, cegonha
Vamos fazer uma jantinha lá em casa?
Eu preparei uma super sopa
A cegonha estranhou, mas respondeu
Hum, muito obrigada, raposa, eu irei sim
Então apareça lá em casa às oito horas
E foram embora
No dia seguinte, pontualmente
Chegou cegonha na casa da raposa
Boa noite, cegonha
Boa noite, raposa
Sente-se à mesa, por favor
Numa mesa muito bem arrumada havia dois pratos rasos
Com um pouquinho de sopa
A raposa na mesma hora tomou a sopa toda
Mas e a cegonha, com bicão no prato raso?
Coitada, ela não conseguia tomar nada da sopa
O bico batia e voltava, batia e voltava
Ela ficou tão sem graça
Está gostando do jantar, cegonha?
É, estou sim, raposa, muito obrigada
E a cegonha, coitada, estava morrendo de fome
Mas ela pensou bem e resolveu dizer assim
Olha, raposa, eu gostaria de retribuir o seu gentil convite
Apareça amanhã lá em casa para você jantar também
Hum, muiIto obrigada, eu irei sim, cegonha
No dia seguinte, pontualmente
Chegou raposa na casa da cegonha
Boa noite, raposa
Boa noite, cegonha
Sente-se à mesa, por favor
Numa mesa muito bem arrumada
Havia duas vasilhas cumpridas, com gargalo muito fino
E a cegonha na mesma hora tomou a sopa toda
Que nem num canudinho
Mas e a raposa, naquele gargalinho?
Ela não conseguia tomar nada da sopa
O gargalo era muito fininho
Ela tentava, mas não conseguia
Está gostando do meu jantar, raposa
Ah, estou sim, o cheiro, então, hum
O cheiro então
Ah, então tome a sopa
A raposa ficou tão sem graça
E foi embora, morrendo de fome
E com o rabo entre as pernas
E a cegonha ficou ali, quietinha, só pensando
Quem com ferro fere
Com ferro será ferido
E quem com ferro fere
Com ferro será ferido