Uma vez, um menino foi passear no mato E apanhou uma abóbora redonda Que naquele tempo tinha o nome de coca Chegou em casa, deu a coca de presente pra avó Que a preparou e comeu Mais tarde sentiu fome o menino E voltou pra pedir a coca cantando Minha avó, me dê minha coca Coca que o mato me deu Minha vó comeu minha coca Coca, recoca que o mato me deu Mas a avó que já havia comido a coca Não tinha outra coisa pra dar, deu-lhe um prato de angu O menino não gostava de angu Jogou angu na parede e saiu Mais tarde ele se arrependeu porque deu fome E ele voltou pra pedir o angu Cantando assim pra parede Parede me dê meu angu Angu que minha avó me deu Minha avó comeu minha coca Coca recoca que o mato me deu Mas a parede era muito mais esperta que o menino Já havia comido todo o angu Não tinha outra coisa pra dar Deu-lhe um pedacinho de sabão O menino não gostou da troca Mas botou o sabão no bolso e seguiu o seu caminho Lá adiante encontrou uma lavadeira Lavando roupas sem sabão Então ele disse Logo você lavadeira, lavando roupa em sabão? Tome este sabão pra você A lavadeira aceitou Logo depois ele se arrependeu porque sua roupa estava suja E ele voltou 'pra pedir o sabão, cantando Lavadeira me dê meu sabão Sabão que a parede me deu Parede comeu meu angu Angu que minha avó me deu Minha avó comeu minha coca Coca recoca que o mato me deu Mas a lavadeira já havia gasto todo o sabão do menino Não tinha outra coisa pra dar, deu-lhe uma navalha O menino colocou a navalha afiada no bolso E seguiu o seu caminho Lá adiante encontrou um cesteiro Fazendo o cesto de cipó de árvore Só que ele não tinha faca Ele cortava cipó com os dentes Então o menino disse Nossa! Cesteiro, você vai quebrar toda a sua dentadura Tome esta navalha pra você Mais tarde, ele se arrependeu Porque sua barba estava crescendo Então ele voltou pra pedir a navalha Cantando assim pro cesteiro Cesteiro me dê minha navalha Navalha que a lavadeira me deu Lavadeira gastou meu sabão Sabão que a parede me deu Parede comeu meu angu Angu que minha avó me deu Minha avó comeu minha coca Coca recoca que o mato me deu Mas o cesteiro havia quebrado ao meio A navalha do menino Não tinha outra coisa pra dar, deu-lhe um cesto O menino botou o cesto na cabeça E foi andando, andando Lá adiante, encontrou um padeiro que fazia o pão fresquinho E botava o pão no chão Fazia o pão fresquinho e botava o pão no chão O menino não se conformou E deu o cesta pro padeiro Logo depois ele se arrependeu Esse menino sempre se arrependia de dar as coisas E voltou cantando Padeiro me dê meu cesto Cesto que o cesteiro me deu Cesteiro quebrou minha navalha Navalha que a lavadeira me deu Lavadeira gastou meu sabão Sabão que a parede me deu Parede comeu meu angu Angu que minha avó me deu Minha avó comeu minha coca Coca recoca que o mato me deu Mas o padeiro havia vendido o pão junto com o cesto Não tinha outra coisa pra dar, deu-lhe um pão Dessa vez o menino não estava com fome Botou o pãozinho no bolso e seguiu o seu caminho Lá adiante encontrou uma moça pobre, morrendo de fome Sem nada pra comer O que é que o menino fez? Deu o pão E logo depois se arrependeu e voltou cantando Moça me dê meu pão Pão que padeiro me deu Padeiro vendeu meu cesto Cesto que o cesteiro me deu Cesteiro quebrou minha navalha Navalha que a lavadeira me deu Lavadeira gastou meu sabão Sabão que a parede me deu Parede comeu meu angu Angu que minha avó me deu Minha avó comeu minha coca Coca recoca que o mato me deu Mas a moça já havia comido o pão Não tinha outra coisa pra dar, deu-lhe uma viola Ah, dessa vez o menino gostou Subiu com a violinha no galho mais alto de uma árvore E pois se a cantar e a tocar De uma coca fiz angu De angu fiz um sabão De sabão fiz uma navalha De uma navalha fiz um cesto De um cesto fiz um pão De um pão fiz uma viola Dingli, dingli que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola (ê, violinha gostosa) Dingli, dingli (Com a minha violinha) que eu vou pra Angola (Eu vou embora) dingli, dingli que eu vou pra Angola (Lá vou eu) dingli, dingli (Por esse mundão grande, sô) que eu vou pra angola (Eta, mundo bão) dingli, dingli que eu vou pra Angola (Eta violinha gostosa) dingli, dingli que eu vou pra Angola (Ai minha viola) dingli, dingli (Eu vou com você lá pra longe) que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola Dingli, dingli que eu vou pra Angola