Bom dia, Jardim Ipiranga, suas ruas, meu lugar
Minha casa, onde está nossa praça, nosso morro
Nosso céu cheio de pipas
Daqui de cima, eu admiro o horizonte
E também consigo observar várias quebradas
Bom dia, boa tarde, boa noite pra todos
Eis aqui minha razão
Você quer respirar e eu também, irmão
Você quer conquistar, boa sorte na missão
Nós não temos culpa de ser correria
Dorme pouco à noite e não cochila de dia
Pé de breque fica roxo, o que nóis pode fazer?
Qual é a barreira que te impede de correr?
Mas por que pesar na sua, por que pesar na minha?
Vamos ser firmeza, e se quiser, sem simpatia
Hoje descarreguei um caminhão de cal
Cruzei pela Castelo e pela marginal
Ninguém te nota pagando seus veneno
Nem me empolgo com o sucesso, tô nem vendo
De bike, atravesso a General Carneiro
O frio da madrugada é de rachar os beiço
Paguei um real na manteiga de cacau
O chapa canta rap e cuida do visual
Há quem saiu do crime e fez um rap arisco
E até de dentro das cadeia os nego grava disco
Eu não vou mentir, te dizer que fui do crime
A poesia é liberdade, morô, nego? É o seguinte
Eu vejo a quebrada e a quebrada me vê
Nem todos tem afeto e eu vou fazer o quê?
Até deve atenção, mas não deve um real
Se for muito simpático é ser paga pau
É o chapa, é o maconheiro, é o fí do sapateiro
Eu tava dando um trampo é de servente de pedreiro
Ao mesmo tempo, já estava inspirado
O corpo ali na obra e a mente no espaço
Buscando rima pra fazer meu rap
Eu não me abalei, eu acreditei
E não me empolguei em provar nada pra ninguém
Se for estouro no norte, então venha com as de cem
Louco é estar aqui fazendo o que gosto
Foda-se o cuzão bitolado em negócio
Uns mano até brincam dizendo assim
Aquele rap ali foi eu que escrevi
Eu vejo o talento que Deus deu pra muita gente
Mas vejo também uma postura deprimente
Faz seu corre, nego, faz seu corre
Para de falar, faz seu corre
Seja abençoado e veja todo mundo igual
Nem queira parecer ser mais sofrido que o normal
Bom dia, sudoeste, tô no pega
Tô no corre, no coração da quebra
Alô, trabalhadores, usuários e bandidos
Salve os loucos, salve os oprimidos
Vamo acreditar que vai clarear
Vamo correr, vamo chegar
Mas é devagar, devagar, devagar
(Sem ter medo de colar cheguei no sapatinho)
(Deixa, deixa, deixa a polícia pra lá)
Vai cuidar da vida que sai tudo direitinho
Mas é devagar, devagar, devagar
É devagar pra não cansar
(Mas é devagar, devagar, devagar) devagar pra não se machucar
Porque daqui nada se leva, morô, mano?
No coração da quebra, nóis é fí de Deus
Meus erros e acertos são todos meus
Na consequência de um ato impensado
Aí, criança, aquele abraço
Quem se cria na patifaria
Se espatifa nas artilharias
Os carniceiro tem motocarro e celular
E desenvolvem a força na lei do rajá
E por isso o Carlão já vai falá pucê
Que eu não sei do PT nem do PSDB
Sou do simples convívio do RAP
Envolvido na cultura porque Deus é bom
E porque Deus é bom, perdoará nossa loucura
Estamos nesse ritmo de adrenalina pura
Sem comédia, né pagando
Eu torço pra você achar seu rumo
Meus B.O eu assumo, é no balanço
Sou guerreiro, ei favelado
O descanso do lar é sagrado
Desespero não é bom resultado
Autoestima não é ver os outro abaixo
Humildade não é ser capacho
E aí, ruas do mundão? Vai sem pressa
Ó os espinho, óia a selva
Aleluia, tô no pega
Tô nas pista e no coração da quebra
Eu quero é mais pra nossa vaidade, vagabundo
Com sensibilidade, sofrimento e tudo
Um sentimento do Carlo Rapaz, R. Jay reproduziu
Isso é X da Questão, Brasil!
Aí, zoião, vê se me erra
Eu tô nas pista e no coração da quebra
E aí, chapaiada, operários do serviço pesado
Vocês são guerreiro, hein
Pega leve na cachaça
Boa viagem, vai nas pista
Cochilou, cachimbo cai
Continue ouvindo rap, rapaz
Continue ouvindo
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