Não há palavras pra expressar o que eu quero falar
(Aham, é, yo, yo)
Eu sempre soube que aqui é meu lugar
(Ok, e aí, ahn)
A infância ficou pra trás, cresceu barba
Arma no bote, dinheiro no pote
Sobressai quem tem mais
É a vida por lote
Então vai, fui a mil
Giroflex, rato e fuzil
Na trilha o rap desde moleque
Na neblina ninguém me viu
Quem riu no fim? Já chego lá
Nem um piu, deixa eu falar
A vida é um rio, então deixa eu voltar
Na história, só eu posso contar
Nunca foi fácil de lá pra cá
Cruzando SP, ABC, sonhando em cantar
Descendo a ladeira, cruzando a feira
Semana inteira, papel e caneta na mão
De espoleta era o oitão
Sessão de primeira gravando a ação
Show no campão, sensação
Quebrada em peso, quem tirasse a função
Não saia ileso, não, sem declaração
Papel com a canção
O peso do céu com mic na mão
Na mente explosão
Semente plantada no chão
Afiada, levada explosiva
Momento derradeiro
Escolha decisiva em total comunhão
Eu tô vivendo a vida vendo o vendaval
Não me deram aval, não me deram voz, não me deram vez
Eu tô no vira-vira do vilão, feroz
A vila é voraz onde jaz a paz do versículo 23
Eu tô vivendo a vida vendo o vendaval
Não me deram aval, não me deram voz, não me deram vez
Eu tô no vira-vira do vilão, feroz
A vila é voraz onde jaz a paz do versículo 23
Eu não sigo o momento
Invento meu instrumento
Enfrento, tenho argumento
O talento vem do sofrimento
Na cidade cimento
Nasci em meio ao vento
Cresci vagando ao relento
Desci sem freio e lamento
Por isso sou aquele que enfrenta de frente a fenda
Que o mal usa, a mente é confusa
Não aguenta, minha gente à venda
Vendas, vai vendo, ouvindo e entendendo
Bem-vindo ao tempo onde criam-se as lendas
Agenda aberta pra show, vou
Quem gostou, apostou ou
Apenas achou interessante e somou, yo
Obrigado ao meu dialeto aconselha
Cuidado o concreto
Aprisiona a abelha e o mel é roubado discreto
O ladrão da noite é esperto, esperto e é certo
Que ele quer ficar perto, bem perto, ao lado
Olhos abertos, esse é o recado
O resgate do rap, NBs, baby, esse é o legado
Eu tô vivendo a vida vendo o vendaval
Não me deram aval, não me deram voz, não me deram vez
Eu tô no vira-vira do vilão, feroz
A vila é voraz onde jaz a paz do versículo 23
Eu tô vivendo a vida vendo o vendaval
Não me deram aval, não me deram voz, não me deram vez
Eu tô no vira-vira do vilão, feroz
A vila é voraz onde jaz a paz do versículo 23