Como é que posso perceber as diferenças? Eles lutaram um contra o outro e agora agem por conveniência Como posso usar as cores de um partido? Se eles são a razão pela qual o povo tem sofrido Como posso esquecer as mentiras e votar no mesmo candidato? Se eu sou competente não ajo como inato Talvez eu não esteja apenas desiludido Talvez eu esteja ver melhor E tenha decidido não aceitar Ideologias dominantes Não aceitar conceitos por todos aceite Talvez eu esteja em contra-mão O barco contra a maré Visionário em terra de cegos Montanha que vai a Maomé Cresci bastante e já não sou tão arrogante Ao ponto de crer na Revolução Avante Porque a traição vem por trinta moedas ou por inveja Amor e Ódio são só faces da mesma moeda Aceito a evolução mesmo que ela não faça mudar de campo Já pensei que votar era para Mbalos, isto não faço, sou parvo? Por que o único momento em que a minha voz tem importância Quando são eles que precisam que eu lhes deposite confiança Já acreditei jogar na equipa dos inocentes Hoje visto a camisola do oponente contando sempre ser suplente Não tenho culpa de ter nascido privilegiado Mas sou culpado por trancar as portas do carro Passar rápido sem olhar para o lado Consciente que vivo com a poeira nos olhos Impotente não consigo limpa-la, ela aumenta e dói-me Como os nomes carregados de ódio que hoje acho mais lógico Escolhe entre mulato canga-massa e esquebra do colono Cão sem dono vagabundo, pondero sobre o que mais me faz falta E não um bom substituto para idade em que eu mijava nas fraldas E a minha maior ambição é ser simples Não ceder à tentação manter-me firme e não namorar o cifrão Ter quem me ensine a decifrar os enigmas do coração Saber antes do fim do filme que eu vou morrer neste chão E se antigamente condenava actos terroristas Actualmente não os distingo de qualquer ação belicista Onde as baixas civis têm uma etiqueta e nada mais E nós engolimos irracionais, são as baixas colaterais E assim ainda mais na conversa da Ave Maria, Cruz credo! Eu mais que nunca desprezo a teologia e o clero Falso orgulho é como um presente envenenado Nos alegra e depois nos destrói de modo inesperado Tem cuidado, com as verdades que todos defendem As vezes nos seguram, as vezes nos ofendem Falso orgulho é como um presente envenenado Nos alegra e depois nos destrói de modo inesperado Tem cuidado, com as verdades que todos defendem As vezes nos seguram, as vezes nos ofendem A revolução não vem da música mas do sangue derramado Na noite em que se derruba a autoridade do Estado No vermelho e preto da nossa Angola Ávidas de viúvas e órfãos a pedir esmolas É tão fácil a revolução que não compromete Lançar manifestos anti Bush através da net É mais difícil ser parte da solução Como o simples tijolo na casa em construção Há muito que perdí a fé no movimento Nos ideais que são traídos a todo momento Nos que falam de revolução a falta de melhor E os rezam ao Senhor mas não sabem o que é o amor (Edição: VictorJoaquim/Luanda)