Consertei minha carruagem, ela ficou incomparável Então parti sozinho rumo ao inexplicável A perda da memória garante imunidade Contra as algemas do desejo e as punhaladas da verdade Como o sol sendo engolido pela linha do horizonte Sem medo, sem retorno, eu queimei todas as pontes Como Dom Quixote eu enfrento os moinhos da minha cabeça Para provar do seu veneno e pra que eu nunca mais esqueça Estou olhando para o rio Mas pensando no oceano Estou olhando para o rio Mas pensando no oceano Inesperadas como a paixão elas não vieram para ficar Incertas como a vida não terão hora para acabar Nesse calor abissal onde tudo parece ser em vão Estou à espera de um destino como as chuvas de verão Eu pulei sobre as montanhas e corri pelo deserto Com sua sombra à distância e outra víbora por perto Minha alma esturricada implorou pelo inverno As mãos erguidas para os céus, meti os pés pelo inferno Estou olhando para o rio Mas pensando no oceano Estou olhando para o rio Mas pensando no oceano Você disparou o seu fuzil e eu acabei entrando em coma Mas essa é a beleza da bala, baby, ela fala qualquer idioma Sempre ouço o som da dor quando vai anoitecendo Agora caminho mais lentamente, eu estou envelhecendo Como um relógio sem ponteiros que se recusa a parar Como um bêbado gargalhando antes de se esborrachar Como um sonho estupendo que se transforma em pesadelo Como as nuvens carregadas possuem a cor dos meus cabelos Estou olhando para o rio Pensando no oceano Estou olhando para o rio Pensando no oceano Estou olhando para o rio Pensando no oceano Estou olhando para o rio Mas...