Kishore Kumar Hits

Nunca Mates o Mandarim - Um Outono Qualquer lyrics

Artist: Nunca Mates o Mandarim

album: Parou P'ra Ver


Foi num dia de merda
Num outono qualquer
Descuidado, na pressa
Fui de boca às muralhas
Que andavas a erguer
Espetei o arado na terra
Escavei-te o olhar
Tu tiraste a acendalha
Acendeste o churrasco
Churrascaste o jantar
Ateaste-me as palavras
E atiraste as cinzas para o mar
Fogo posto nesta mágoa
Que eu insisto em carregar
Miseráveis os costumes
Deplorável a balada
Foi um mundo
Que tinha tudo
Para não dar em nada
Desmoronaste essa farsa
E convidaste-me a ter o prazer
De poder ser teu comparsa
Passear pela vida
Que passa a correr
Eu neguei o convite
Nesse dia fatal
Fui direto ao encontro
Daquela conversa
Que levavas a mal
Solta um grito de raiva
Quando assim tem de ser
Se tu eras o paiva
Não fui o isqueiro
Que o foi acender
Ateaste-me as palavras
E atiraste as cinzas para o mar
Fogo posto nesta mágoa
Que eu insisto em carregar
Miseráveis os costumes
Deplorável a balada
Foste um mundo
Que tinha tudo
Para não dar em nada
E eram os louros só para mim
Refogados num pitéu
E era a incerteza não ter fim
Filha de alga e macaréu
E eram sonhos de um puto
Que não soube sair
Da aldeia que o viu crescer
E era um dia de merda
Num outono qualquer
Do churrasco fiz perfume
Do incêndio fiz queimada
Da incerteza
Fiz bagaço e marmelada
Da miséria fiz costume
Do arado fiz enxada
Corri mundo
Vendi tudo
A quase nada

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